top of page
Buscar
Foto do escritorCidinha Amaral

Formação do jovem adulto e o desenvolvimento das competências socioemocionais





Com que se compromete a gestão universitária


Ao ingressar na universidade, aprendem-se competências específicas para atuar numa determinada área ou profissão. Há alguns anos, essas competências técnicas, conhecidas como hard skills, eram suficientes para atrair a atenção das empresas e garantir empregabilidade. Mas o mercado laboral se transformou. Com o aumento da competitividade, do número de candidatos a uma vaga e a falta de diferenciação entre os profissionais disponíveis, as empresas começaram a dar cada vez mais importância às competências sociais e comportamentais, designadas de soft skills. Atualmente, para o desempenho de uma determinada função, não é suficiente o domínio de conhecimentos técnicos específicos, mas é também indispensável a posse de características comportamentais adequadas.


As competências para o século XXI que priorizam o domínio de habilidades comportamentais – soft skills – enfatizam a ampliação do conceito de educação de qualidade para um mundo em constante mudança, marcado pela incerteza e complexidade (Morin, 2000), a exigir uma formação que priorize a criatividade, a capacidade de comunicação, liderança, empatia, colaboração, espírito crítico (OCDE) e, de forma contundente, que se comprometa com a preservação e proteção das pessoas, dos seres humanos e não apenas dos postos de trabalho (Harari, 2018).


A partir de nossa experiência gestora e docente no ensino superior, pretende-se discutir o impacto na formação do estudante universitário brasileiro em suas interfaces com a docência universitária, com os cenários do ensino superior, do mercado laboral e da formação para o desenvolvimento das soft skills.


Vive-se um momento em que ocorrem mudanças profundas tanto na estrutura do ensino superior quanto em sua posição e sentido social. Essa dinâmica de adaptação constante às circunstâncias e às demandas da sociedade acelerou-se neste início de século, tanto que é impossível um ajuste adequado sem uma transformação profunda das próprias estruturas internas das universidades.


Incorporam-se – em ritmo de marcha forçada – mudanças na estrutura, nos conteúdos e nas dinâmicas de funcionamento das instituições de ensino superior, com o objetivo de colocá-las em condição de enfrentarem os novos desafios que as forças sociais as obrigam a assumir.


Essas mudanças tiveram uma clara incidência na vida e no trabalho dos professores do ensino superior. O que se espera deles, as demandas que lhe são feitas, varia ao sabor das grandes mudanças funcionais e estruturais que a universidade sofreu. Os ares de mudança e, principalmente, a pressão pela qualidade estão levando o corpo docente a revisar seus enfoques e suas estratégias de atuação.


Enfim, o mundo universitário é um foco de dinâmicas que se entrecruzam e que estão provocando o que alguns não vacilam em descrever como uma autêntica “revolução” da educação superior.


Para Zabalza (2004, p. 20), está se dizendo às universidades que não se contentem em apenas transmitir a ciência, mas que a criem (isto é, elas devem combinar a docência, a pesquisa e a extensão); que deem um sentido prático e profissionalizante para a formação que oferecem aos estudantes; que façam tudo isso sem se fecharem em si mesmas: façam-no em contato com o meio social, econômico e profissional, com cuja melhoria devem colaborar.


Muitos se perguntam em nossos dias: afinal, qual é a missão da universidade?

São pontos de referência fundamentais para se poder entender, hoje, o sentido da universidade e da docência universitária: a transformação do próprio cenário universitário ao sabor de fortes mudanças políticas, sociais e econômicas atuais, o sentido formativo da universidade e o enfrentamento dos dilemas e contradições para dar conta de tal missão, além da dinâmica de funcionamento das universidades e instituições de ensino superior (Zabalza, 2004).


Compreende-se, pois, que, para atender a essas diretrizes, a graduação não deve ser apenas o espaço de transmissão e aquisição de informações, mas, sim, o “locus” de construção e produção do conhecimento e do desenvolvimento de habilidades e competências relacionais.


É importante destacar, segundo as considerações de Pimenta (2002), que a universidade não deve simplesmente adequar-se às oscilações do mercado, mas aprender a olhar em seu entorno, a compreender e assimilar os fenômenos, a produzir respostas às mudanças sociais, a preparar globalmente os estudantes para as complexidades que se avizinham, a se situar como instituição líder, produtora de ideias, culturas, artes e técnicas renovadas que se comprometam com a humanidade, com o processo de transformação e com o futuro.


É necessário que a gestão administrativa e acadêmico-pedagógica das universidades e das demais instituições de ensino superior esteja atenta e suscetível a todas essas contradições que se refletem na universidade, pois é preciso, com responsabilidade, discutir a diferenciação entre treinamento e formação, ciência e tecnologia, informação e conhecimento e seu compromisso com o social ou com o capital.


6 visualizações0 comentário

コメント


bottom of page